O Mundo Segundo Noronha
As autobiografias costumam ser encaradas como literatura menor, fruto da nossa cultura de (tantas vezes) apenas aparente humildade, ou melhor, sprezzatura - palavra que, como recorda a propósito um dos meus personagens de A Janela do Cardeal , nunca chegou a ser traduzida para língua portuguesa. Na verdade, algumas são-no, menores. Outras autobiografias são testemunhos de vida in perpetuam rei memoriam. Uma destas últimas, é a recém-publicada de Durval de Noronha Goyos Júnior, escritor e advogado internacional eminente, que faz o favor de ser meu amigo. Sob o título desta crónica: O Mundo Segundo Noronha ( São Paulo, Brasil, 2023). Cabem neste Portugal Honrado, mais do que propriamente uma recensão, observações de apreço pela obra (pelo gosto que me deu lê-la) e preocupação pela parte que aqui cabe: Portugal em matéria de honra (ou, como já dizia um dos personagens de Camilo Castelo Branco em O Retrato de Ricardina : "Mas a honra, a pátria, a família?... Que coisas são estas, p...